Sem ela...
Que é o espelho sem Ela?
Apenas o olhar baço do lago que cegou sem a face da lua.
Seu vestido sem Ela?
O esvaziado espaço da nuvem quando a lua através não flutua.
Os caminhos, sem Ela?
O império passo a passo, do dia, pela noite usurpado.
E esta nua casa?
Lágrimas, ai! Em vós eu me desfaço para esquecer o amor, a graça que foi sua.
Que é do meu coração sem Ela?
Pobrezinho, que palavras dirás antes que a morte desça?
Peregrino de frio e infecundo caminho,
íngreme e árduo caminho,
és tu sem ela adiante,
onde uma nuvem densa,
irmã da selva espessa,
em dupla sombra envolve a colina ofegante.
(Dante Gabriel Rossetti; trad. Martins Napoleão)
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