terça-feira, 13 de maio de 2008

30 Minutos


Esta noite, a RTP1 transmitiu um novo programa com este nome. Para quem não o viu, esse título vos lembra a quê? Certo, contar algo em trinta minutos. Mas que histórias! Nesse curto espaço de tempo se contaram 3 histórias de vida, 3 histórias completamente diferentes entre si. Certo, as histórias foram feitas para serem, digamos, “jornalisticamente vendíveis”, para se poder introduzir num programa desse estilo. As histórias, verdadeiras, claro, nem por isso perderam o seu “brilho”, muito pelo contrário! Na primeira história se falou da já famosa Dona Rosa, uma senhora invisual desde dos seus 4 anos de idade, descoberta por um produtor austríaco quando a ouvia a cantar nas ruas da Baixa de Lisboa. Já deu inúmeros concertos principalmente no estrangeiro, e, através de uma editora alemã, já editou 3 discos.

No segundo caso se falou abertamente sobre um dos flagelos que aflige muitas mulheres: o cancro da mama. Muitas mulheres falaram sem qualquer pudor sobre as suas experiências com esta doença, acrescentou-se que, quando detectado na fase inicial, tem 90% de possibilidade de cura. Curiosamente, o maior entrave para se fazer um exame é – o medo! Mas foi a 3ª e última história que mais me tocou, e, penso que a maior parte dos telespectadores também! Foi a história de uma freira que faz de mãe para mais de 30 crianças! Ouviram bem! Uma senhora incansável em fazer tudo para substituir o insubstituível: uma mãe! São crianças das mais variáveis origens, oriundas de famílias problemáticas etc. Quis o destino que essa senhora, em jovem, ficou internada por um período prolongado num hospital, e durante essa estadia conheceu uma freira que se empenhara bastante nessa causa, de acompanhar crianças nessas situações, e quis ser igual a ela. Bem, conseguiu, e, penso que até a superou.

Conheço um pouco a vida dessas crianças nesse tipo de lares, já que connosco canta (neste caso, no Coro do Carmo) uma jovem que vive esta situação. É “uma boca de trapo”, bastante alegre mas necessita de algo que poucos lhe podem dar, ou seja, os cuidados de uma mãe. Por outro lado, penso que os ditos críticos da vida religiosa, ou melhor, da igreja em si, pouco ou nada sabem que grande universo essa igreja abrange, e este caso descrito nesse programa é apenas um dos inúmeros casos que a igreja católica apoia! A estas pessoas que criticam sem saber aconselho vivamente em se informar melhor!

4 Comments:

At 14 maio, 2008 00:15, Blogger noctivaga said...

Esta é que é a verdade Zig. Os que nada ou pouco sabem em relação ao trabalho que a Igreja faz deveriam tentar informar-se um pouco e, já agora, se possivel, dar o seu contributo em vez de largarem disparates.
A Igreja, através da sua comunidade, dá apoio económico e logistico a estrangeiros que são mal acolhidos no nosso País; mata a fome a muitos pobres da nossa cidade ( isso mesmo!!!);ajuda a pagar estudos a estudantes da nossa cidade( isso mesmo!!!)visita velhotes que são largados nos lares e levados ao esquecimento pela familia, e faz muito, mas mesmo muito mais.
Acontece não se põe de bicos de pés a apregoar que apoiou o estrangeiro x ou y, matou a fome a x ou y, ou contribui para o pagamento dos estudos de x ou y ou que visita o velhote x ou y que sofre pela ausência de visita dos filhos. Não precisa de se pôr de bicos de pés a gabar-se do que faz. Segue o ditado " faz o bem sem olhar a quem".

 
At 14 maio, 2008 09:53, Blogger Zig said...

noctivaga:

Se calhar, e visto que estamos numa época em que o mediatismo conta mais do que tudo, a igreja deveria de dizer mais sobre o que faz. Claro que isso é contra as directivas doctrinas, mas, nos tempos modernos, penso que tinha que ser.

Por vezes se dá o caricato de uma pessoa que sempre criticou a igreja, agora necessitar dela. Conheço um caso assim. Disse depois: olha, não sabia que "os padres" ajudam nisso também...

 
At 14 maio, 2008 12:05, Blogger anademar said...

zig: eu penso que o trabalho social que a igreja faz é muito válido. A igreja acaba por tomar o lugar da segurança social em muitos casos. Preenche as lacunas que o Estado deixa. Penso que nunca é demais louvar quem ajuda os outros sem olhar a quem nem a porquê. Que pouco a pouco consegue mudar o mundo.
O que eu condeno na igreja é o atraso que insistem em manter. Não acompanha o tempo, antes parece querer que o desenvolvimento não se faça. Em questões como: aborto, o preservativo, o divórcio... para falar nos mais óbvios. Fátima é uma máquina de fazer dinheiro. Seria necessária uma construção nova de milhões e milhões de contos? Esses milhões não seriam mais bem empregues na obra social da igreja? Que mais uma vez repito me parece essencial e que louvo muito sinceramente.
O que há é depois toda uma hipocrisia ou um não querer abrir os olhos, aceitar que os tempos mudam e avançam. Penso que foi ontem em Fátima, que um membro do clero (não sei qual era o título)no discurso (sei que não é o termo, mas sou laica demais...) disse que o "normal" é o casamento entre homem e mulher e nada mais. Então?! Estamos em 1891 ou em 2008? Já está provado que a homossexualidade não é doença. Doença é a SIDA, que pode ser evitada com o uso do preservativo. Doença é o desprezo, o sofrimento, a fome, a carência a que crianças que não foram desejadas são sujeitas. Doença é aturar um homem ao nosso lado que nos bate, maltrata ou que simplesmente não se ama, uma vida inteira, perdendo a hipótese de se ser feliz.

 
At 14 maio, 2008 17:30, Blogger Zig said...

moi chéri:

Mas nem por isso o estado reconhece este valor! Para eles, esta ajuda é um dado adquirido, algo para ninguém se lembrar já que a própria igreja não fala disso!

Na questão da modernização temos que nos lembrar que a igreja tem uma hierarquia bastante envelhecida, e, são todos homens…
No entanto, falei com alguns Padres (não apenas de Beja, mas também de Fátima…) sobre a minha própria questão, do divórcio, e eles compreenderam perfeitamente. Até falei nisso com o próprio Padre que na altura me casou! Por isso, entre os "bases" penso que esta questão não se levanta muito, agora na "chefia" já é outra coisa. A questão do aborto já se entende, aliás, também eu sou contra!

 

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