sábado, 5 de abril de 2008

Músicas da minha Vida XXVI

Porquê é que será que as canções em alemão andam sempre à volta do mesmo? Deve ser porque a maioria das canções no mundo inteiro também anda sempre à volta do mesmo, ou seja, dos afectos! Claro! Deve ser realmente algo muito bom, já que falam e cantam tanto desse assunto, mas, adiante...



Como já “ameaçado” na última edição desta minha rubrica Músicas da minha Vida, continuo com o Peter Cornelius, este cantor romântico oriundo da vizinha do meu país natal, a Áustria. Este Du entschuldige i kenn' di é um dos maiores sucessos de sempre que um austríaco alguma vez obteve na Alemanha com uma canção Pop. Extraído como single do álbum Streicheleinheiten (recuso-me a traduzir!) é da mesma altura (1980) da canção apresentada aqui na edição anterior. Além destas duas, fazem parte deste trabalho mais êxitos como a canção que me recuso a traduzir, Der Kaffee ist fertig (o café está pronto), Calafati (uma canção sobre um tipo muito parecido comigo...) e Reif für die Insel (pronto para a ilha, ou então, estou farto disto, não, eu não...). Ainda como curiosidade, mais tarde Peter Cornelius fez parte dos Enigma!

Tradução: Du entschuldige i kenn' di de Peter Cornelius

Às vezes, ao construir castelos no ar, vejo uma moça com olhos tão azuis que não têm comparação!
Ela era na escola a preferida de todos nós, mas depois, no último dia das aulas, cada um foi à sua vida.
Perdemo-nos logo de vista, muitas vezes me perguntei o quê é que terá sido feito dela.
Os nossos caminhos não foram os mesmos, e, anteontem num café, estava a olhar para dois olhos e sabia de repente que eram aqueles azuis que não tinham comparação!

Olha, desculpa, não te conheço? Não és aquela pequena que eu já gostava em moço, aquela que aos 13 anos já tinha mais do que era “permitido” e que andava com calças de ganga apertadas?
Não dormi durante várias noites só porque me piscaste um olho!
Anda, esquecemos os últimos 15 anos e retomamos como se nada tivesse passado!

Ela olha para mim durante meio minuto, olha de uma maneira que fico sem fala.
Estou sentado, sem me poder mexer, deixei de ouvir a música e só fico à espera que ela finalmente diga: ah, agora estou a ver! O Peter que morava 10 casas mais à frente num beco.
Ela pisca o olho como há quinze anos e diz:
Então, meu Peterzinho, como estás? Já há muito tempo que não te deixas ver.
Eu concordo dizendo: sim, muito tempo, demasiado tempo.
Ela sugere: anda, vamos tentar agora...
E mais tarde disse mais uma vez sorrindo para ela:

Olha, desculpa, não te conheço? Não és aquela pequena que eu já gostava em moço, aquela que aos 13 anos já tinha mais do que era “permitido” e que andava com calças de ganga apertadas?
Não dormi durante várias noites só porque me piscaste um olho!
Anda, esquecemos os últimos 15 anos e retomamos como se nada tivesse passado!

Letra original:

Wann i oft a bisserl ins Narrenkastl schau
dann siech i a Madl mit Aug'n so blau
a Blau des laßt sich mit gar nix andern vergleichen.
Sie war in der Schul' der erklärte Schwarm
von mir und von all' meinen Feunden doch dann
am letzten Schultag da stellte des Leb'n seine Weichen.
Wir hab'n uns sofort aus den Aug'n verlor'n.
I hab' mi oft g'fragt was is aus ihr word'n.
Die Wege die mir beide 'gangen san war'n net die gleichen.
Und vorgestern sitz i in an Lokal
i schau in zwa Aug'n und waß auf einmal
des is dieses Blau des laßt sich mit gar nix vergleichen.

Du entschuldige i kenn di' bist du net die Klane die i scho als Bua gern g'habt hab'
die mit dreizehn schon kokett war mehr als was erlaubt war und die enge Jeans ang'habt hat.
I hab' nächtelang net g'schlafen nur weil du im Schulhof einmal mit den aug'n zwinkert hast. -
Komm wir streichen fünfzehn Jahr' hol'n jetzt alles nach als ob dazwischen einfach nix war.

Sie schaut mi a halbe Minute lang an
sie schaut daß i gar nix mehr sagen kann.
I sitz wie gelähmt gegenüber und kann's gar net fassen.
I hör ka Musik mehr und wart nur drauf
daß sie endlich sagt: du jetzt wach i auf
der Peter der zehn Häuser weiterg'wohnt hat in der Gassen.
Sie zwinkert mir zu wie vor fünfzehn Jahr'
sie sagt: na wie geht's da mei Peterl na klar
du hast a schon sehr lang nix mehr vo dir hören lassen.
I nick nur: ja sehr lang ja viel zu lang
sie meint: komm probier'n mas' halt jetzt miteinand'
und später sag i lachend no amoi zu ihr auf der Straßen:

Du entschuldige i kenn di' bist du net die Klane die i scho als Bua gern g'habt hab'
die mit dreizehn schon kokett war mehr als was erlaubt war und die enge Jeans ang'habt hat.
I hab' nächtelang net g'schlafen nur weil du im Schulhof einmal mit den aug'n zwinkert hast. -
Komm wir streichen fünfzehn Jahr' hol'n jetzt alles nach als ob dazwischen einfach nix war.

(...)

Origem da foto
Vídeo da canção

Para ouvir:
.
boomp3.com

2 Comments:

At 05 abril, 2008 03:47, Blogger noctivaga said...

Bem isto é de amigo, acabei de lhe "bater" no blog do H (iol) e imediatamente me deu vontade de visitá-lo ( não para pedir desculpa iol) mas para ver o que se passa aqui para estas bandas.
Relativamente á letra da canção sabe o que é que me aconteceu há pouco tempo no hospital Dona Estefânea? No dia da cirurgia do meu filho, estava eu á porta do bloco operatório e vejo passar uma rapariga que andou a estudar comigo no liceu. Ficámos ambas a olhar uma para a outra mas reconhecemo-nos imediatamente. Há cerca de quinze anos que não nos viamos. Ela vivia na fundação Manuel Gerardo agora trabalha na farmácia do Hospital Dona Estefânea. É sempre bom rever amigos e naquele dia, naquele momento fez-me muito bem. Ainda dizem que "ele" não existe...

 
At 05 abril, 2008 12:54, Blogger Zig said...

noctivaga:

Ainda não fui ver o blog do H, mas estou convencido que essas "porradas" não devem doer muito :)

Como escreveu alguém, não há coincidências...

 

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