Riqueza
Por parques e praças,
ruas e travessas,
tu, meu olhar, caças
a vida. E tropeças.
Uma gargalhada
vem dum par contente.
Guarda-a bem guardada,
mas caminha em frente.
Surgem-te sorrisos
dum e de outro lado.
Não faças juízos
rápidos. Cuidado!
Uma face grave
nada te revela?
Talvez a dor cave,
só mais tarde, nela.
Num choro, num grito,
pressentes a dor?
E quedas, aflito.
Segue, por favor!
Segue, bem aberto
para cada canto!
Olha o desconcerto
que parece tanto!
Corre, olhar, em roda!
O que me intimida?
A vida? Só toda
pode amar-se, a vida.
( Alberto de Serpa)
ruas e travessas,
tu, meu olhar, caças
a vida. E tropeças.
Uma gargalhada
vem dum par contente.
Guarda-a bem guardada,
mas caminha em frente.
Surgem-te sorrisos
dum e de outro lado.
Não faças juízos
rápidos. Cuidado!
Uma face grave
nada te revela?
Talvez a dor cave,
só mais tarde, nela.
Num choro, num grito,
pressentes a dor?
E quedas, aflito.
Segue, por favor!
Segue, bem aberto
para cada canto!
Olha o desconcerto
que parece tanto!
Corre, olhar, em roda!
O que me intimida?
A vida? Só toda
pode amar-se, a vida.
( Alberto de Serpa)
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