terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Fazit Cultura

Ao contrário do enorme texto que elaborei no ano passado (2006), o balanço do ano de 2007 se vai limitar apenas nas questões culturais, e será apenas e só um balanço pessoal, ou então, um balanço da cultura como eu a vejo. Por isso, se me esquecer de alguém, de alguma entidade ou edilidade, as minhas desculpas.

Para começar, aquela cultura para que a minha pessoa contribui. Mais activamente no Coro de Câmara e mais prolongadamente no Coro do Carmo, penso que foi um ano em cheio para esses dois coros. Por pertencer à direcção do Coro de Câmara, começo já a entender melhor os bastidores e com que “linhas se cozem” esse tipo de cultura. Mas já lá vamos. Neste ano tivemos relativamente poucas actuações, mas as que tivemos tiveram sempre um assinalável êxito, como o nosso concerto de Natal bem comprovou. No Coro do Carmo foi o ano da “Oratória comemorativa dos 90 anos das Aparições de Fátima”, uma peça que foi apresentada por cinco vezes em vários pontos do país, actuações que vão ser retomadas já no 2º fim-de-semana deste mês. Resumindo, a cultura coral bejense está bem e recomenda-se!

Sabendo que os apoios para a cultura são sempre escassos, acho no mínimo interessante o trabalho que os grupos teatrais da nossa região conseguem apresentar. Vou aqui alistar apenas os que conheço: BAAL17, Jodicos, Lendias d’Encantar e principalmente a Arte-Pública são disso um bom exemplo. A última aqui nomeada é aquela que naturalmente melhor conheço e acho que é um grupo que vai muito mais além de um simples grupo teatral. Produzem peças e espectáculos para todos os gostos e todas as idades e levam-nos pelo país fora! Penso mesmo que seja o nome bejense mais conhecido a nível nacional, culturalmente falando.

Temos em Beja o Conservatório Regional do Baixo Alentejo que tenta elevar o nível de conhecimento musical na nossa cidade, maioritariamente para gente jovem. É um trabalho muitas vezes esquecido, mas muito importante. Um trabalho semelhante, mas logicamente em outros moldes, efectua a Sociedade Filarmónica Capricho Bejense, tanto no ensino musical como na dança. Essa última teve um ponto alto no mês passado com a final da Taça de Portugal em Dança Desportiva. Por último, last but not least, a “minha” escola, a Clave do Sul, lugar onde estou a aprender piano e onde muita gente jovem dá os seus primeiros passos musicais. Resumindo: Em Beja não faltam lugares que ensinam, promovem e produzem cultura.

Falta ainda falar do Pax Julia – Teatro Municipal. Uma aposta cada vez mais ganha, mesmo custando uma “pipa de massa” ao executivo camarário. Porque nunca é demais o dinheiro gasto em artes, mesmo que muita gente não o entenda assim! Um lugar de excelência para “beber” cultura em grandes doses, apenas e só limitado pelo habitual, ou seja, as verbas! Sem ovos não há omeletas! Sei que me estou a repetir, mas é isso mesmo, onde não há dinheiro, infelizmente não há cultura. Hoje em dia as despesas são grandes, sem apoios as várias entidades culturais não conseguem produzir nada, digamos, de jeito! O público é exigente, há muita “concorrência” nos audiovisuais, e se o espectáculo apresentado não tiver qualidade, o público não adere! É tão simples como isso!

Se estão a pensar que este tipo (eu) só sabe falar bem, estão redondamente enganados. Há críticas a fazer, sim senhor! Uma crítica a nível nacional e outra a nível regional. A principal, as verbas, pois claro. Se os nossos governantes querem que apanhemos o dito comboio europeu, têm que apostar mais na cultura. Não falo só nas verbas a distribuir pelas entidades culturais (que nem sempre são bem distribuídos, mas isso é outra história!), mas falo principalmente a nível da educação. É necessário apostar mais nas escolas, porque se queremos um país culto é nessa área que é preciso fazer mais. Certo, muita coisa já está a ser feita, mas ainda não chega!

A crítica a nível regional se prende com a divulgação cultural, ou seja, em fazer saber à população o que existe nessa área. Porque se alguém não sabe o que há, também não pode lá ir! Logo, em tempos em que é cada vez mais fácil aceder à internet, porque não apostar na divulgação nesses sítios? Falo, claro, da minha experiência semanal em encontrar eventos na net. Onde logicamente se deve começar a procurar é nos sites das respectivas câmaras municipais. Há câmaras que nem site têm (Vidigueira) e outras que estão desactualizadíssimas (Beja, Cuba ou Alvito). Muitas (Mértola, Moura, Aljustrel ou Ferreira do Alentejo) optaram por uma agenda cultural mensal ou bimensal que peca apenas por isso mesmo, de não poderem ser actualizadas. Penso que apenas o site da Vila Branca (feita cidade) posso considerar de bom, mas o ideal em termos de CM’s não existe.

Os sites das entidades culturais de Beja pecam também muitas vezes por falta de actualizações, seja de quem for. Uns mais e outros menos bem elaborados, muitas vezes se apresentam sempre com mesmo conteúdo semanas ou meses a fio! Apenas e outra vez, o site do Pax Julia está perto do excelente. Se não fossem alguns pequenos enganos atingia a nota máxima!

Ao contrário do pretendido, o texto já vai longo! Falta só elogiar de novo o pessoal do Pax Julia que me tem aturado este ano todo com as minhas esquisitices! Sou chato, eu sei. Gosto das coisas bem-feitas e bem esclarecidas, e essa gente nunca me negou qualquer pedido. O meu muito obrigado!

Desejo a todos que têm de alguma forma a ver com a cultura um excelente ano cultural de 2008!

2 Comments:

At 02 janeiro, 2008 00:44, Blogger jocasipe said...

concordo com a maioria das afirmações, sem personalizar... Mas, o pessoal do pax é 5 estrelas, sem dúvidas! Gajo(a)s chatos e parvos, que deveriam estar na sibéria, mas ok....

 
At 02 janeiro, 2008 01:34, Blogger Zig said...

jocasipe:
Se pagares bem, vou até lá (lol)

 

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