Sitar

Lá passou mais um concerto da nossa Semana de Música para o Natal. Este segundo concerto esteve inteiramente ao nosso cargo, no que toca à contratação dos músicos e do seu “tratamento” durante da sua estadia em Portugal. Como já tinha sido largamente anunciado, tratou-se de um concerto de música indiana, ou seja, sons bastante diferentes para os ouvidos europeus e só audível em documentários ou, claro, na própria Índia!

Nesta noite fria de Dezembro apenas cerca de 50 pessoas encontraram o caminho para o Pax Julia para ouvirem uma actuação, em meu ver, bem conseguida. Ao entrar na Sala Estúdio, o interessado nessa exótica música se deparou com um estranho instrumento no palco:



Foto daqui

É uma espécie de uma guitarra, de nome Sitar e tem nada mais e nada menos do que 20 cordas! Pelo que me apercebi, é de difícil execução, mas transmite um som bastante bonito e harmonioso. Curiosamente, cada vez que este grupo iniciou uma nova peça, essa Sitar teve que ser afinado o que demorou sempre alguns minutos. Aliás, todo o concerto foi de uma calma inigualável! Cada uma das quatro peças foi bem explicada, embora em inglês, o que naturalmente dificultou o entendimento dessas explicações para aqueles que não estão fluentes nessa língua.

Resumindo, no palco estiveram três pessoas que tinham como “tarefa” a execução dessa música indiana. Executaram música clássica do norte da Índia que inclui voz, percussão e essa mesma Sitar. Segundo o explicador, não há muitas peças dessa música escrita em papel. Tocam e cantam sobre um tema, religioso ou romântico, e cada peça tem bastantes improvisos. Se calhar, e sem querer dizer uma asneira, pode se comparar um pouco com o Jazz.

Mas antes, sim, antes, esse concerto ficou marcado por um pequeno, digamos, imprevisto. Eles, antes de chegar, nos tinham mandado um mail dando algumas indicações, como é habitual num grupo algo diferente do “normal”. O (excelente) pessoal do Pax Julia montou o palco, e, quando os membros do grupo chegaram, depararam-se com cadeiras nesse mesmo palco. Bem, qualquer artista actua sentado em cadeiras, pensávamos nos, mas nada de mais enganado! Chão, nós cantamos no chão! Pronto, e agora? Arranjar almofadas, pois claro! Mas onde, quase às 7 da tarde! Lá contactei o nosso “fornecedor” de adereços para essa ocasião, o nosso amigo Joel da Loja Kilim, só que, expliquei-me mal e ele entendeu que as almofadas eram para o público! Não tenho tantas almofadas, foi a resposta, e eu, ainda “cheio” do dia passado na oficina, também não o entendi! Resultado: O grupo tocou no chão, sentado numa espécie de tapete que eles próprios trouxeram…

Mesmo assim, com todos esses contratempos, tocaram bem, gostei e penso que o público também gostou da actuação deste Tapan Group Trio!