domingo, 1 de maio de 2011

Coro dell’Arena di Verona em Castro Verde

O Festival Terras sem Sombra que pretende divulgar música sacra pelo Baixo Alentejo teve esta noite um dos seus pontos altos na talvez mais bonita igreja da nossa região, a Basílica Real de Castro Verde. Uma plateia completamente cheia escutou um coro vindo de Itália, mais precisamente de Verona, que apresentou duas peças completamente distintas. A primeira, contemporânea de 1971, Rhotko Chapel do compositor americano Morton Feldman, um misto de som e ruídos produzidos pelo coro, violino e percussão. A segunda, mais clássica e mais conhecida, a Via Sacra de Franz Liszt, terá sido mais do agrado do público. Como bónus, o coro presenteou os baixo-alentejanos com uma conhecida peça de Verdi, a mais aplaudida da noite.

Pessoalmente, penso que valeu a pena ter-me deslocado até Castro, mesmo que não goste de ir a só a eventos desses, mesmo sabendo, à partida, que encontrara lá gente conhecida, como aconteceu. O pessoal coral costuma deslocar-se bastante a concertos desses! E, como a primeira peça não fora do nosso agrado, por vezes, fizemos “saber” o nosso “desagrado” com pequenas “bocas”, prontamente repreendidas pela pessoa que estava à frente! Curiosamente, essa pessoa quase que não aplaudiu no final de cada parte! Para mais, por trás de mim estava sentada uma senhora já com uma certa idade, com um certo volume, batendo não raramente na minha cadeira, e emitindo sons vindos da sua boca que mais pareciam que estaria a remastigar o jantar imitando assim um certo e determinado animal de grande porte que costuma ter esse hábito por imposição digestivo! Esses sons não raramente entraram em “confronto” com os sons vindos da frente, mas, fora disso, tudo bem!

Não obstando dessas limitações pessoais, penso que o concerto fora do agrado de grande maioria das pessoas na assistência! Acho bem que existam concertos desses que divulgam músicas diferentes do que aquelas que se costuma ouvir, mesmo que não sejam do agrado de todos, como foi o meu caso, pelo menos no que diz respeito à primeira peça. Pois se todos gostariam da mesma cor, como seria a vida? Por isso, dou os mais sinceros parabéns à organização do Festival!
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2 Comments:

At 02 maio, 2011 12:28, Anonymous Marta da Silva Criz said...

Gostei imenso do seu comentário, muito bem escrito e muito divertido. Os espectáculos ao vivo são sempre uma surpresa, isso faz parte da própria vida.
Permita-me só um reparo, como espectador do mesmo Festival: uma coisa é não gostar-se de uma peça, como a de Morton Feldman, um criador contemporâneo, que faleceu há poucas décadas; outra coisa é não gostar da interpretação. Em relação à primeira, trata-se de uma escolha de fundo, que faz parte da programação; quanto à segunda, como nada diz, +e de supor que apreciou o esforço técnico, vocal e instrumental.
Mais uma vez, diverti-me muito com a sua descrição de uma senhora de idade que sonhava em voz alta. A música fê-la delirar.

 
At 07 maio, 2011 12:57, Blogger Zig said...

Marta da Silva:

Desculpa responder a esse seu simpático comentário só agora ;)

Claro, apenas não gostei da peça, penso que fora mal escolhida para ser apresentada num festival desses, além de ser tudo menos "sacra", e, sendo apresentada numa igreja acho estranho isso ter acontecido, pois para o nosso coro por exemplo, ao cantar em igrejas só é permetida a apresentação de peças religiosas.

O Coro vindo das Astúrias esteve muito bem, claro, é um coro profissional, tem obrigação de ser bom, mas isso nem sempre acontece em coros desses, o que não foi o caso, eles estiveram e um nível muito bom!

Sim, essa senhora fica na história :) tenho agora mais para contar aos meus netos, hehehe!

 

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