domingo, 12 de setembro de 2010

O(s) Passeio(s)

Sob pena de ficar ainda mais melancólico neste bastante chato e aborrecido fim-de-semana, fica aqui, exclusivamente para vocês, a terceira e última parte da “trilogia” sobre as minhas férias passadas na Alemanha. Já falei aqui sobre a viagem (para lá), a família (o que me levou a ir em 1º lugar), resta falar sobre algo que todos gostam de fazer, a passear, mas a passear nesse enorme e verde país que é essa Alemanha.

Pois é, meus amigos, a cor verde predomina em tudo quanto é lugar. Agora, a minha filhota já me entende quando digo que é desse mesmo verde que mais sinto falta cá em Portugal!



É esse tipo de paisagem que mais se encontra nesse canto da Alemanha, mais precisamente na Baviera, perto da fronteira com a República Checa – verde, verde e mais verde (e branco no Inverno!). Tudo o que não é casa, caminhos ou campos para agricultura está verde, puro e simplesmente. Por falar em República Checa...



...a minha mais-do-que-tudo já lá esteve, em 1997, mas claro, já não se recorda. Nesse ano fomos quase até à fronteira com a Polónia, local de nascimento da minha falecida mãe, à procura de uma terra chamada Hangenstein, curiosamente já apagada do mapa, logo, não a encontrei. Desta vez não me aventurei muito para além da fronteira, fui lá apenas para que esse meu rebento possa dizer que já se lembra quando esteve nesse país!

Nesse dia, fui, como quase sempre quando regresso a Alemanha, até ao local do “crime”, ao sítio onde mais tempo “aguentei” na tropa, neste caso, na Força Aérea, sem ter absolutamente nada a ver com aviões! Como já há anos que não lá ia, aventurei-me primeiro por um caminho na serra, já que o dito local se encontrara a 1000m de altitude!



Esse caminho chega a ter uma subida de 19%, ideal para “testar” o meu carro, “recém- reparado” ou melhor, desenrascado para ver se aguentava essa íngreme subida!



Descansem, a água que se vê frente ao carro não é dele, é da chuva! Como disse, não “apanhámos” bom tempo, rondara sempre entre 15 e 20ºC, infelizmente! Os fatos de banho tiveram que ficar nas malas!

Neste local de uma curta pause pudemos observar uma tradição que se está a perder na Baviera (como tantas outras coisas), as assim chamadas Totenbretter, tábuas dos defuntos.



Certo, está ali um Siegfried, mas não sou eu, estou bem vivinho da Silva!

Tal como disse, aventurámo-nos nesse caminho, porém, e tal como no meu tempo de tropa, carros privados não estão autorizados a prosseguir até ao tal local. Por isso, tivemos que fazer um desvio de cerca de 20km, apanhando essa típica casa de campo...



...pelo caminho. Fomos até a uma aldeia chamada Neukirchen Hl. Blut, uma terra turística por excelência! Dali, finalmente, se consegue chegar até ao tal local, mas...



...de teleférico, nem mais! Escusado dizer que adorámos! Só foi pena o mau tempo, tempo que...



...impediu ver o dito local na sua plenitude! Uma torre de 70m de altitude, feita em betão, da melhor construção que a então Guerra Fria permitiu. Fora utilizada para ouvir as conversas entre os pilotos com as suas bases na então Checoslováquia e Polónia, a minha pessoa trabalhou nesse ofício mas como técnico de manutenção dos receptores que eram, como devem imaginar, às centenas! E hoje? O que fizeram deste local? Um centro de pesquisa para painéis solares – minha nossa, quo vadis?! Pelo menos...



...deixaram no local uma pequeníssima lápide a recordar esses tempos, vá lá, melhor do que nada!

Depois, a descida foi...



...simplesmente magnífica, maravilhosa, sem palavras! Imaginem, esta vista fabulosa, silêncio absoluto e um cheiro intenso a floresta, o que desejar mais?



Na base desse teleférico se situa o “Freizeitzentrum Hoher Bogen”, uma espécie de pequeno parque de diversões, para miúdos e graúdos. Basta procurarem na net, está lá tudo!

Na volta, claro, o tempo abriu, como quem disse: olha, estou aqui!



A tal torre, do lado esquerdo. A do lado direito fora construída depois da minha saída. Mais à direita estavam as instalações dos franceses, porque esses gauleses tinham que ter sempre uma mãozinha em todo o lado nesses tempos da Guerra Fria.

Nada melhor do que terminar esta foto-reportagem com...



...mais verde, misturado com branco, flores que a minha filha encontrou algures nesses sempre verdes caminhos!

Pois é amigos, não me peçam mais, já chega! Foi um curto recordar, um recordar algo doloroso e nostálgico que vai fazer com que sonho todas as noites com estas férias ainda mais.

Mas, já ficaram com uma pequena ideia como seria a minha vida nesta Baviera, local onde forçosamente teria que voltar se as coisas por cá continuarem como estão...
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4 Comments:

At 13 setembro, 2010 10:25, Blogger jocasipe said...

Espectacular! Fico com vontade de ir conhecer.

 
At 13 setembro, 2010 10:56, Blogger Zig said...

jocasipe:

:))

Vale mesmo a pena visitar, posso servir de guia (lol)

 
At 15 setembro, 2010 23:25, Blogger Van Dog said...

Ai que bonito, Zig! Verde, flores, campo...

(não estás a pensar "abandonar" a canzoada do Cantinho, pois não? E a canzoada de Lisboa também ficaria perdida...)

 
At 16 setembro, 2010 00:34, Blogger Zig said...

Van Dog:

É bonito demais, até parece mentira :)

Abandonar só se tudo correr mal...;)

 

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