sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Não sou!




Não sou a tal fortaleza...
tenho meus abismos pelos quais quero despencar.
Não sou só sorrisos...
sinto gosto de lágrimas na boca.
Não sou a porta escancarada...
muitas vezes sou solidão presa aos meus próprios grilhões.
Não sou uma eterna felicidade...
sei me permitir sentir dor.
Não sou somente o carinho...
posso ser faca e cortar sem dó.
Não sou apenas ouvinte...
preciso tanto gritar!
Não sou cega...
mas preciso não enxegar tudo.
Não sou sempre a luz...
não temo a escuridão.
Não posso ser sempre o colo...
preciso de um para poder chorar.
Posso um dia ser isso...
amanhã aquilo.
Porque se o mundo pode, eu também.
Posso não ser o que querem ver,
mas posso ser o que quero ser!
Não sou um momento qualquer, sou o meu.
Porque apesar do que sou, muitas vezes...
não consigo ser!

(Andréa Maia)
.

Etiquetas: