quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Tenho...

...alguma dificuldade em exprimir, ou melhor, em conseguir dar o rumo certo para o texto que se segue, em dar uma orientação certa ao que vou dizer. Pois bem, é de orientações que vos quero aqui e agora falar, de orientações sexuais. É um tema ainda bastante tabu entre os portugueses, na rua, não é fácil para alguém falar normalmente sobre o tema sem cair em obscenidades. Não sei como é uma conversa deste tipo entre mulheres (heterossexuais), mas sei que, uma conversa assim entre homens ditos “normais” roça sempre na malcriadice!

Agora, porque raio de razão toco esta noite neste tema? Porque acabei de ver mais um bom documentário na RTP1 da série “Linha da Frente” com o tema “Orgulhosamente S.Ó.S.”. Neste episódio, falou-se do casal de homossexuais lésbicas que há precisamente 4 anos vieram a ser conhecidas por se quererem casar por registo civil. A partir deste momento, a vida delas se transformou num inferno! Por serem conhecidas do grande público e por se saber o que “fazem”, foram alvo de descriminações de todo o tipo, desde despejos de casa onde viviam, despedimentos vários, dificuldades em arranjar novo emprego, e até passaram fome!

Aqui começa a minha primeira dificuldade em falar sobre isso! Uma parte de mim diz: bem-feita! A outra, mais humana afirma: coitadas! É sabido que vir ao grande público traz sempre incompreensões, é difícil para um, neste caso, telespectador aceitar, ou melhor, pensar de forma positiva sobre o quê se está a ver na tv, e, por outro lado, me lembro muito bem de que forma algumas estações televisivas trataram do assunto, de uma forma meramente sensacionalista e provocante! O outro lado da moeda é a realidade, a vida actual deste casal. Cada uma das partes tem uma filha de casamentos “normais” anteriores, desnecessário dizer que com crianças ao seu cargo as dificuldades se multiplicam! Nos dias de hoje, penso que a sociedade deveria parar para pensar, não chega criar leis para depois serem aplicadas apenas pelas autoridades, é preciso aplica-las nas mentalidades também!

A segunda parte das acima descritas dificuldades minhas é o simples facto de me questionar: se eu fosse homossexual, teria a mesma disposição em escrever aqui sobre o assunto? Muito provavelmente que não! Mas, isso já são outras histórias...
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