I’ll say this only once!
Até o mais distraído leitor deste blog já entendeu que aqui raramente falo de política! Não é por nada, e muito menos por não me interessar pela matéria, até muito pelo contrário! Este blog é mais vocacionado para a divulgação da cultura (política não é cultura, peeenso eu de que!) e da música, para falar dos animais (aqui os extremos já se aproximam um pouco...) e claro, sobre alguns assuntos pessoais.
Digo isso tudo porque podem ler here and now um dos poucos textos que dedico a essa “arte” que é a política, o não tivéssemos eleições à porta. Pessoalmente ainda nem decidi se vou votar ou não [mesmo sendo estrangeiro (mas pouco!), posso votar nas europeias, autárquicas e mais alguma que neste preciso momento nem me recordo], mais decididos estarão cerca de dois terços (!) dos europeus que nem querem ouvir falar da política e cerca a metade não vai votar mesmo!
Razões? Muitas! Apenas nos antigos estados do leste e recentes membros da UE ainda existe algum alento para essa política, pelas nossas bandas esta euforia já esvaneceu há muito! As pessoas (leia-se eleitores) estão cansadas das eternas promessas não cumpridas, da lavagem da roupa suja em público, dos favorzinhos, das suspeitas de corrupção, das acusações mútuas e do disse que não disse! As campanhas eleitorais são disso o melhor exemplo! Nas últimas 2 semanas pouco se tem falado do que realmente interessa, ou seja, da Europa! É estranho, mas a razão é simples – essas eleições foram sempre decididas no passado por questões internas, não só por cá mas também no resto da Europa. Porém, grande parte da legislação em vigor em cada um desses países vem de Bruxelas e de Estrasburgo, e sendo assim, essas eleições deveriam de ter muito mais interesse, ou participação que as outras. É muito estranho, esse paradoxo até hoje ninguém conseguiu realmente explicar!
Voltando para Portugal. Vou agora dizer das minhas sobre cada um dos cabeças de lista dos partidos com assento na nossa Assembleia Geral, já que falar dos restantes infelizmente é uma perca de tempo porque todos esses ditos mais pequenos partidos juntos raramente ultrapassam os 5% dos votos.
Começo naturalmente pelo candidato da actual maioria, o Avô Cantigas, mais conhecido ultimamente por Vital Moreira. É sem dúvida uma má escolha, é dos 5 candidatos principais reconhecidamente o mais fraco! Disso o nosso PM e Secretário-Geral do PS naturalmente já sabia, por isso se estranha bastante essa escolha. Não havia mesmo mais ninguém? Seja como for, e isso se conseguiu ver e ouvir em debates nas TV’s ou Rádios, ele pouco entende de política nacional ou internacional embora tenha melhorado bastante mais pelo fim da campanha. Pudera, com o “mestre” desses!
A seguir, aquele que diz que os animais não contam, ou seja, a escolha da Manuela Ferreira Leite, o líder da bancada do PSD na AR, Paulo Rangel. Parlamentar por excelência e muito inteligente, rapidamente encarrilou no comboio europeu dizendo muito bem da sua justiça. Tinha que ser mesmo uma escolha boa já que a MFL pouco aparece em público, ficando a tarefa quase toda para Rangel! Optaram, e bem, por não realizar comícios, certamente porque a líder do partido não gosta de confusões! Vamos lá a ver como é que esses políticos se vão sair com essa nova política!
O candidato seguinte na lista “pré-estabelecida” pela última grande sondagem das estações públicas da comunicação social é o da CDU. Não é o carismático Jerónimo de Sousa nem o inflexível defensor dos professores Mário Nogueira, mas sim a também professora Ilda Figueiredo. Fraquinha politicamente e necessitada sempre de acompanhamento nas campanhas, tem em meu ver o único ponto positivo no facto de recusar o escandaloso aumento que os ordenados dos eurodeputados vão “sofrer” muito em breve. De resto, muito próxima das pessoas da rua, facilitado pela eterna oposição ao que esse partido se votou!
O mesmo emblema se pode “aplicar” também no 4º partido na lista da intenção de voto da tal sondagem. Decididamente da oposição, os berloquistas pouco mais sabem do que criticar e mais criticar, sempre com aquelas vozes autoritárias que, sinceramente, já chateiam. “Quem é quem” cantam os Xutos, e esse título assenta que nem uma luva na questão de quem afinal é o candidato. Miguel Portas ou Francisco Louçã? Aparecem tanto lado ao lado que o mais distraído fica confuso! Ah, pois, é o BE que interessa, mas será que esse interesse interessa ao potencial votante?
Por último, a cada vez mais classificada de extrema-direita, o PP. Porquê é que acham que o “alvo” declarado do PNR é o PP? Pois é, porque lhes estão fazer “concorrência”! Paulo Portas e Nuno Melo (mais um quem é quem...) entraram num facilitismo de política de oposição como não se via já há muito tempo, radicalizam o discurso de uma forma assustadora. Penso que com esse tipo de discurso apenas assustam idosos assustados e pouco mais. Nem por isso estão no fundo da tabela, espera-se mesmo um dos piores resultados de sempre para esse partido, e não é por menos!
E pronto, mesmo depois de ter escrito esse looongo texto ainda não sei se vou votar ou não! Certo, é um dever de cidadania! Certo, temos de participar activamente na vida política! Mas com políticos assim – nããão sei!
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