Revolta!

Gostaria de vos ter falado esta noite de um assunto diferente do que este que me fez sentir assim! Estou revoltado! Há pouco, fiquei chocado com a notícia da morte de uma menina de 12 anos num absolutamente estúpido e evitável acidente rodoviário. Aliás, todos esses acidentes são evitáveis, todos os que provocam vítimas mortais os são ainda mais!

Aconteceu pouco depois das 6 da tarde, quando (pelo menos assim é noticiado friamente esse acontecimento...), numa estrada entre Sesimbra e Setúbal, um pesado de mercadorias embateu lateralmente num autocarro onde seguiam crianças de um colégio particular. Uma estrada de algumas curvas acentuadas onde um pequeno descuido “por vezes” pode provocar acidentes!

E provocou, sim senhor. Ceifou a vida à uma criança inocente que ia num sítio onde não deveria ter estado nesse momento. Se ela se tivesse sentado mais à frente, nada acontecia! Imaginem agora os pais da criança! Perguntarão: porquê ela? Só ela? Não há nada que possa descrever a dor e revolta dos familiares dessa pessoazita que acabou de desaparecer da face da terra. Estou revoltado, sim, muito revoltado!

Conheço a estrada em causa. Tem bom piso e tem algumas curvas bem apertadas. É daquelas estradas que antigamente tinha pouco trânsito, o tráfego automóvel cresceu, a estrada, não! Levou apenas um ou outro repavimento e um alargamento, pouco mais. O essencial, ficou, ou seja, as curvas! Certamente que esse otário do motorista do camião que provocara o acidente conhecia a estrada como a palma da sua mão! Sabia perfeitamente qual era a velocidade máxima com que podia “negociar” cada curva, só que, certamente que não contou com os limites da “sua” máquina, do seu objecto mortífero, da sua arma mortal, entrando em despiste mesmo pouco antes de “apanhar” o autocarro.

Mas, claro, certamente haverá “atenuantes”, era um “coitadinho”, não tinha culpas, havia óleo na estrada ou outra desculpazita qualquer! Não lhe irá acontecer nada, foi apenas e só uma criança que a partir das 18 e 15 do dia de hoje deixou de respirar! Oxalá que os espíritos lhe atormentam essa sua (certamente inexistente) consciência até ao fim da sua vida! Estou revoltado, sim, muito revoltado!

Peço desculpas por esse desabafo, mas parece que notícias desses não têm fim...