Resumo Campanha de Adopção

Como já se devem der apercebido, a nossa campanha de adopção de ontem não correu como por nós desejado. Mas, como em tudo que envolve trabalho de equipa, o culpado por esse falhanço só deve residir no líder, naquele que organizou este evento, ou seja, na MINHA pessoa! Mas antes de chegar a essa auto-crítica (como sabem, já não queria falar de mim, mas esse não-falar se restringe apenas à minha inexistente vida sentimental, havendo até ali um único culpado, ou seja, a pessoa acima mencionada...), gostaria de agradecer aos que contribuíram para a realização da campanha, ou seja, às 2 pessoas que nela participaram para além de mim, ao hipermercado Modelo e ao RIBE pela montagem da tenda, e, claro, à ACOS pelo empréstimo das gaiolas de exposição.

Mas pronto! Sendo eu o culpado assumido, penso que só posso aprender com os meus erros. É que, os animais abandonados não têm culpas no cartório, não fizeram absolutamente nada por estarem no sítio onde estão actualmente e também não têm culpas por ainda ninguém os ter adoptado.

Vamos por partes:

O lugar do evento! Houve uma falha de comunicação entre a minha pessoa e a pessoa que autorizara o evento no lugar por ele administrado, ou seja, o próprio director do hipermercado Modelo. Sendo ele uma pessoa naturalmente muito ocupada, e pelo facto de ele ser bombardeado diariamente com pedidos de realizações de eventos às portas da sua loja, decidi comunicar com ele através de um amigo meu, alto funcionário neste espaço comercial bejense, e que tem naturalmente grandes facilidades em falar com o director. Ora, vai daí, pedi a realização desta campanha num lugar bem visível, a meio do parque de estacionamento, para quem entra de automóvel pela faixa do meio, ao fundo, ao lado de um pequeno outdoor ali existente. Já tinha montado, pela manhã, a quase totalidade das gaiolas de exposição quando o director, que não conhecia pessoalmente, veio ter comigo a dizer que esse não era o lugar do evento combinado. O sítio certo seria um triângulo a meio do parque de estacionamento, um lugar cimentado e de boa visibilidade.

Muito bem, até aí. Coloquei as gaiolas para esse sítio e esperei pela equipa do exército que nos montara a tenda. Só que, eles, ao chegar, afirmaram que no cimento não é possível montar essa tenda porque necessitam colocar tacos no chão para a prender. Seguiu-se um curto impasse, momentos em que pensei em desistir. Um dos elementos da tropa sugeriu encontrar um lugar diferente, desde que seja em terra para se poder montar a tenda. Pronto, dirigi-me ao balcão do hiper para tentar falar com o director. Sangrava de um dedo da mão, o simpático pessoal desse balcão de atendimento prontamente me assistiu para estancar essas feridas. Agradeço esta assistência, mais uma vez!

O lugar encontrado seria à ponta do estacionamento, sensivelmente do outro lado da entrada do Matadouro. Montada a tenda, colocadas as gaiolas (carregadas do meio do estacionamento até à ponta do mesmo, à mão...) e trazida a “canzoada” do canil em 3 viagens (2 feitas pela nossa incansável colaboradora alemã e uma por mim), a montagem terminara apenas à uma da tarde, ou seja, 3 horas mais tarde do que por mim estipulado! Logo, por azar, essa nossa amiga alemã teve a visita de duas associações estrangeiras (uma alemã e uma sueca) que a impediram de continuar a nos ajudar, pelo menos até ao fim da campanha. Sobraram eu e o nosso funcionário que não tinha obrigação nenhuma em lá estar!

Do pessoal que se prontificara em nos ajudar, nem sombras. Saí apenas por alguns minutos para tratar de novo as minhas feridas e beber um café para não cair de lado. Mesmo assim, nesse lugar houve bastante gente que nos visitara, conversei bastante, houve alguns interessados na adopção de um cão, mas adopções efectivas, nada! É muito difícil, nos dias de hoje, para alguém adoptar um animal. A vida está cara, o tempo disponível para um animal é curto e as condições que muita gente interessada tem (quintal etc.) são muitas vezes inexistentes! Voltando à campanha.

No RIBE houve ordem de desmontar a tenda no mesmo dia. Tudo bem. A hora combinada foi 19 – a 19.30. Tudo bem. Mas, apareceram logo às 5 para a desmontagem. Ordens! Pronto, fazer o quê? Nada! Retirámos as gaiolas do “1º andar” para essa desmontagem se possa realizar, e depois, ficámos ao relento, ao ar livre, sem visibilidade nenhuma para aqueles que passavam por ali. Certo, eles (tropa) queriam ir de fim-de-semana, é compreensível! Poderiam é de nos ter avisado previamente!

E agora, o que fazer? Uma ventania que não se aguentava, os animais recolhidos para um canto e irrequietos! Desmontar, claro! Mas, só com duas pessoas? Impossível. Lá telefonei para a nossa amiga alemã que tinha viajado para o canil de Ourique com os suecos. Mas ela demorara ainda quase uma hora para chegar a Beja. Só nos restou esperar!

Feitas as 3 viagens de recolocação dos animais ao canil (desta vez feitas por mim mais o nosso funcionário), arrumada toda a tralha e desmontadas as gaiolas, cheguei completamente rebentado já depois das 9 à minha “albergaria” com pensamentos completamente adversos, como devem imaginar. Queria mesmo desistir de tudo isso, mas os nossos animais não têm culpas nesses falhanços, maioritariamente meus. Por isso, desistir, nunca! É que, temos uma “deadline” (no real sentido da palavra) a cumprir, temos que sair definitivamente do canil no fim do mês de Junho.

Resumindo (finalmente): Foi culpa minha de não me ter informado bem sobre o lugar certo da campanha. Foi culpa minha de não me ter informado previamente (só soube da montagem da tenda na sexta-feira de manhã) se a tenda iria ficar montada o dia todo, ou não. Foi culpa minha de não me ter verificado, ou de não ter feito um escalonamento efectivo sobre a estadia dos nossos voluntários na campanha. Mas, como disse, não jogo a toalha ao chão, não é o meu hábito, nem nisso, nem em outras situações ou circunstâncias da vida. Disso podem ter a certeza! Sendo assim, estou a pensar em fazer uma nova campanha, em Junho, num outro lugar e em moldes diferentes. Desta vez, a comunicação social escrita de Beja não publicou o anúncio previamente pedido, certamente devido ao falhanço (mau tempo) da primeira campanha.

Com isso tudo, aos animais que não foram adoptados por incompetência minha, as minhas mais sinceras desculpas!

Nota:
Esqueci-me de frisar que o RIBE só não deixou a tenda durante o fim-de-semana todo devido à chuva que se anunciava, é que, estando molhada, é quase impossível a sua desmontagem porque aumenta bastante o seu peso, além disso, o tecto podia se rasgar!