Hamlet - Homlet

Foto SK

Hamlet (Homlet em dialecto alentejano!) é uma das peças mais representadas de sempre! Escrita como tragédia, e só por si algo chata e deprimente, nada melhor do que pôr alegria no contexto. Assim terá pensado a Companhia de Teatro da Capricho, de Beja. Desconhecia este grupo, por essa razão mais curioso fiquei.

Foi, portanto, uma tragédia transformada em comédia. Nada de mal nisso, muito pelo contrário. Feito maioritariamente por jovens de Beja e arredores, esta tragédia feita comédia divertiu bastante os espectadores neste sábado à tarde. Mantida em linguagem alentejana antiga, os actores estavam também vestidos à antiga, à alentejana. A peça tinha várias particularidades engraçadas, como, por exemplo, os papéis masculinos foram representados por actrizes e vice-versa. Era caso para dizer: “olha, que bom actriz....”

Um narrador explicava ao público os acontecimentos da peça, de uma forma, como não poderia deixar de ser, muito divertida. Cada vez que pronunciava um dos nomes participantes em cada cena a anunciar, esse levantou-se gritando uma curta frase que fazia parte das linhas que tinham para dizer durante a peça toda. Por exemplo, cada vez que se citava o tio do Hamlet esse (ela....) gritava: “Eu é que mando aqui!” Podem imaginar que cada anuncio desses foi bastante divertido!

No final, após essa onda de assassinatos e suicídios ditados pelo original da peça, entendi os símbolos “pregados” no fundo do palco. Das doze personagens, nove tinham morrido. No alinhamento de todos os actores, os que “faleceram” tinham ossadas de uma cabeça de borrego (penso eu....) por cima das suas cabeças....

De facto, foi um espectáculo muito bem conseguido. Os meus mais sinceros parabéns!