Referendo
Antes de mais, quero aqui publicamente felicitar os apoiantes do Sim pela vitória expressa no referendo sobre a despenalização do aborto de hoje. A boa conduta democrática assim o exige, embora que eu, por meio deste blog, fizesse campanha pelo Não. Os números oficiais, após contagem da totalidade dos votos, são: 59,25% pelo Sim, 40.75% pelo Não e uma abstenção de 56,39%.
Não vou mostrar falso perder, nem arranjar desculpas pela derrota clara do Não, os portugueses escolheram, e, como digo aqui repentinamente, é o povo que mais ordena! Mas não posso deixar de referir algumas condicionantes. A abstenção no interior norte foi mais elevada do que normal, certamente devido ao mau tempo que avassalou essa região. Região essa que é mais conservadora, já que o Não foi vitorioso nesses distritos.
Beja foi o distrito em que o Sim teve maior percentagem. 83,10% do Sim contra 16,10 do Não, feitas as contas. A abstenção rondou os 60,17%, curiosamente inferior do que no norte, pelas razões já aqui ditas. Não estou a dizer com isso que o resultado seria diferente se o tempo fosse melhor, mas certamente a diferença enorme que há entre o Sim e o Não não seria tão expressiva.
Penso que Beja foi deixado ao lado pelos defensores do Não a nível nacional. Apenas avistei um único cartaz a defender esse lado da barricada, muito pouco contra as dezenas em favor do Sim. Neste aspecto, Beja foi e é uma autentica diáspora. Mesmo a nível de blogues, o meu foi o único a tentar nadar contra essa corrente.
Nos discursos de vitória dos vários partidários do Sim destacou-se naturalmente o de Sócrates. Deixou logo de entender que o assunto vai ser levado à Assembleia de República, onde naturalmente vai passar pela força do governo. Nesse discurso desvalorizou a abstenção, apenas realçou a vitória do Sim. O facto de não ser vinculativo pelos vistos não o preocupa muito, nem os 10 milhões de € gastos para nada!
Mas se Portugal, ou este e os próximos governos, não fizerem nada, e se ficarem apenas pela despenalização pura e simples do aborto, a população vai ficar cada vez mais reduzida! Os abortos, já legais, vão aumentar, como aconteceu também em outros países da Europa. Nesse discurso do PM muito bem preparado ele não pronunciou nem por uma vez a palavra família. Claro, isso está fora dos planos dele e do austero ministro das finanças. Primeiro tem de disponibilizar meios para financiar os abortos legais, tem de aumentar o número dos médicos e de salas de operações. Para ajudar uma mãe, que contra todos os planos do PM e do ministro da saúde quer dar a luz a um filho, já não sobram verbas! Pobre Portugal....
2 Comments:
Não foram os defensores do Não que perderam! Aqueles que não irão nascer devido ao referendo de ontem sim perderam! Esses sim perderam!...
Abraço!
o restaurador:
Bem visto!
Boa semana!
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