terça-feira, 10 de março de 2009

Meu Impreciso



Choro o tempo amassado nos rochedos
Com lágrimas - excrementos da beleza
A suportar no disfarce da tristeza
O peso impreciso dos meus dedos.

Escrevo... Obrigo-me a pensar na vida
Que me foi dada... Se caminhei...
Se Só... é um prato de comida
Um cárcere no qual me banqueteei.

Pensar o quê? No quê? Sou o Impreciso
Se há vidência na terra-sepultura
Há febre no mundo que diviso
Reservado à semente-criatura.

Morrerei enobrecida... sem glória...
Triste, talvez, fosse vê-la inteira
Vencida como Letra sem memória!

(Eliane Couto Triska)