Meu Impreciso
Choro o tempo amassado nos rochedos
Com lágrimas - excrementos da beleza
A suportar no disfarce da tristeza
O peso impreciso dos meus dedos.
Escrevo... Obrigo-me a pensar na vida
Que me foi dada... Se caminhei...
Se Só... é um prato de comida
Um cárcere no qual me banqueteei.
Pensar o quê? No quê? Sou o Impreciso
Se há vidência na terra-sepultura
Há febre no mundo que diviso
Reservado à semente-criatura.
Morrerei enobrecida... sem glória...
Triste, talvez, fosse vê-la inteira
Vencida como Letra sem memória!
(Eliane Couto Triska)
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