Convite à Morte
Apaga, Morte, esta indecisa chama
de adejar tremulante de falena
e sobre minha fronte enfim serena
a luz tranquila e a despida rama.
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Que se eu ardi, querer que se derrama
em mentira carnal e estéril veia,
pela verdade em teu relógio de areia
sou agora humilhada voz que chama.
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Busca, em meu sangue, a raiz dorida
onde a espada de teu arcanjo, fera
divide a alma de seu tosco véu.
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Que seja a melhor parte conduzida
de escuro cárcere à luz duradoura,
que o que perde a terra, ganha o céu.
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(Emilio Ballagas, trad. Paulo Rato)
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(Emilio Ballagas, trad. Paulo Rato)
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